eu, ainda não sou eu... com os anos vou crescendo, aproximando-me mais de mim, mas ainda não sou eu, não posso ser eu, vivo no meio de pessoas que acham que estão vivas, que passam ao lado das suas vidas, a achar que o que fazem é viver... o seu objectivo, é ter dinheiro, para pagar todos os bens que os possuem, passam ao lado da vida, dormentes, escravos de tudo o que pensam que aquiriram, sem se aperceber que eles é são adquiridos cada vez que assinam o nome em qualquer coisa... passam o tempo todo, num filme aborrecido, sempre a pensar na próxima obrigação, ou responsabilidade enquanto a vida vai passando...
tenho-me descoberto com o passar do tempo, vou descobrindo o que consigo fazer, do que sou capaz, o que gosto, o que tolero, o que já não tolero... acho tão estranho, eu já fui eu, quando nasci, por um tempo muito breve, antes de me começarem a ensinar/impôr, regras, limites, antes de me dizerem o que toda a gente acha que é certo ou errado... agora, conforme vou crescendo/envelhecendo, sinto-me a voltar a ser eu, mas nunca vou voltar a ser eu, como era quando nasci... só se me cagar para a sociedade e as suas regras/ditaduras e aí vou ser livre até ser preso, ou internado num sanatorium... por isso, tenho de voltar a ser eu, com a calma/sensatez? necessária, para não ultrapassar os limites que me foram impostos e principalmente, por respeitar as pessoas de quem gosto...
...sempre tive vontade de passar uns tempos num sanatorium, hospício, hospital dos malucos, o que fôr, mas hoje, acho que essa vontade, é mesmo de ficar por lá esquecido, a observar, se calhar por achar que lá posso voltar a ser eu... ninguém espera nada de quem lá está internado, ou esquecido, acho que quem lá está, é quem voltou a ser quem é, quem lá está é que é livre... não liga às regras, mesmo as que tem por lá, mesmo que não possa sair, mesmo que não possa fazer uma carrada de coisas, é livre, não tem obrigações, responsabilidades... só isso é a maior das liberdades, uma vida sem obrigações e responsabilidades...
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